Artigo Inédito
A terapia de desinfecção total da boca no
Natália Rafaela de Assis Costa*, Lívia Helena teRRa esouza*,
Paulo Antônio de Arantes VieiRa**, Noé Vital RibeiRo JúnioR***, Cléverson O. silVa**** Palavras-chave
Periodontia/terapia. Raspagem dentária.
Vários estudos foram feitos para comparar o resultado de diferentes tipos de
tratamentos da doença periodontal e pequenas diferenças foram encontradas,
até então. Mais recentemente, uma nova forma de tratamento foi proposta, a
qual visa realizar a desinfecção total da boca do paciente em um intervalo de
24 horas, impedindo, assim, que haja a recolonização dos sítios já tratados por
bactérias presentes em outros nichos bucais. Essa técnica de “full-mouth disin-
fection” tem sido amplamente estudada na literatura. Os trabalhos já desenvol-
vidos mostram excelentes resultados do tratamento, ao se utilizar a técnica de
desinfecção total da boca, seja ela utilizada de acordo com o protocolo original
ou conforme as suas modificações, que incluem o não uso de clorexidina, o uso
de antibióticos sistêmicos e o uso de aparelho ultrassônico. Os dados presen-
tes na literatura indicam que a desinfecção “full-mouth” é efetiva no tratamento
de pacientes com periodontite, por promover uma melhora nos parâmetros clí-
nicos, além de eliminar o risco de contaminação cruzada entre lugares tratados
* Graduandas do 6º período em Odontologia da Univer-
sidade Federal de Alfenas (Unifal/MG).
** Professor adjunto de Clínica Integrada, do Departa-
mento de Clínica e Cirurgia, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal/MG).
*** Professor assistente de Periodontia, do Departamento
de Clínica e Cirurgia, da Universidade Federal de Alfe-
**** Professor adjunto de Periodontia da Faculdade Ingá
Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 2, p. 00-00, abr./maio/jun. 2009
A terapia de desinfecção total da boca no tratamento periodontal
intRoDuÇÃo
benefícios dessa terapia de desinfecção total da
A doença periodontal é um processo mul-
tifatorial. A simples presença de um patógeno
putativo subgengival não indica necessaria-
ReVisÃo Da liteRatuRa e DisCussÃo
mente a iniciação e a progressão da doença.
a terapia de “full-mouth disinfection” no
Diversos estudos demonstraram que uma com-
tratamento da periodontite
binação de fatores – tais como mudanças no
O objetivo principal do tratamento da do-
ambiente local, sobrecarga infecciosa, ausência
ença periodontal é controlar adequadamente a
de espécies benéficas e hospedeiro suscetível –
infecção, isto é, reduzir a carga bacteriana. Des-
contribuem para a progressão da doença21,22. A
sa forma, o tratamento periodontal básico visa
raspagem e o alisamento radicular são frequen-
um debridamento eficaz de bolsas e raízes e
temente usados na fase inicial do tratamento
o estabelecimento de um controle do biofilme
periodontal porque reduzem, ao menos tempo-
supragengival apropriado pelo paciente. Uma
rariamente, as proporções de microrganismos
profundidade de sondagem rasa, sem sangra-
mento à sondagem, é o resultado de uma tera-
uma adaptação à técnica de raspagem subgen-
A terapia periodontal não-cirúrgica mostra
gival tradicional, visando erradicar, ou ao menos
bons resultados na maioria dos casos de pe-
suprimir, os periodontopatógenos em um curto
riodontite, porém, essa resposta pode variar
período de tempo em todos os nichos bucofa-
por causa de um pobre controle do biofilme,
ríngeos (membranas mucosas, língua, tonsilas,
tratamento mecânico inadequado, composição
saliva), através da desinfecção total da boca em
do biofilme subgengival ou fatores genéticos
um único estágio. Esta nova abordagem, “full-
e ambientais4,9,14. A associação de uma abor-
mouth disinfection”, está sendo realizada em
dagem química ao tratamento mecânico pode
vários trabalhos clínicos em diversas partes do
ser mais efetiva em tais circunstâncias4. A as-
mundo, inclusive no Brasil. A desinfecção total
sociação dos antibióticos sistêmicos à terapia
da boca em um único estágio é capaz de preve-
periodontal pode trazer bons resultados, porém,
nir e diminuir a recolonização cruzada das bol-
o uso de antibióticos sistêmicos na Periodontia
sas periodontais tratadas pelas bactérias dos
deve ser restrito, devido à possibilidade de de-
hábitats não-tratados. Dessa forma, é possível
senvolvimento de resistência antibiótica – sen-
reduzir a translocação bacteriana e impedir uma
do, então, indicado nas formas mais graves das
reinfecção pelos patógenos periodontais de
doenças periodontais19. Os antibióticos locais
surgiram como uma alternativa aos antibióti-
cos sistêmicos, tendo a vantagem de reduzir
sar essa literatura mostrando os possíveis
os efeitos colaterais. Os antibióticos locais são
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Natália Rafaela de Assis Costa, Lívia Helena Terra e Souza, Paulo Antônio de Arantes Vieira, Noé Vital Ribeiro Júnior, Cléverson O. Silva
importantes coadjuvantes no tratamento da pe-
interdentária com escovas interdentárias
riodontite crônica, fazendo a redução da carga
ou outros instrumentos, e escovação da
bacteriana no local acometido, o que contribuirá
para seu processo de cura ou controle18. Tanto
Os autores concluíram que a desinfecção
os antibióticos sistêmicos quanto os locais são
em único estágio demonstra vantagens clínicas
mais efetivos quando usados em conjunto com
e microbiológicas, se comparada ao tratamento
a terapia mecânica. Assim, a necessidade de
desorganização mecânica do biofilme tem sido
Bol en et al.2 examinaram os efeitos micro-
cada vez mais enfatizada como o primeiro e
biológicos em longo prazo no tratamento de
mais lógico passo para um controle e tratamen-
desinfecção total da boca. Dez pacientes com
to bem sucedidos das doenças periodontais20.
periodontite crônica avançada foram distribuídos
Quirynen et al.15 propuseram um protocolo
aleatoriamente em grupo teste e controle. Os pa-
de raspagem e alisamento radicular feitos na
cientes do grupo controle receberam a raspagem
boca toda, em duas visitas com um intervalo de
e alisamento radicular e instruções de higiene bu-
24h, sendo, a princípio, introduzida com uma
cal em um intervalo de 2 semanas. O grupo teste
aplicação repetida de clorexidina em todos os
recebeu a desinfecção total da boca segundo o
nichos intrabucais. Também foi estabelecia:
protocolo original15. O exame microscópico mos-
• Escovação do dorso da língua por 1 mi-
trou que houve uma redução significativamente
maior de espiroquetas e microrganismos móveis
• Uso, por duas vezes, de um enxaguató-
no grupo teste até o 2º mês pós-operatório, em
dentes unirradiculares, e até o oitavo mês para
os dentes multirradiculares. Em 1 mês, o grupo
teste abrigou uma proporção significativamente
tentativa de alcançar as tonsilas).
mais baixa (p < 0,01) de microrganismos pato-
• Irrigação subgengival de todas as bol-
gênicos, mas essa diferença desapareceu com o
tempo. Além disso, os sítios teste mostraram (p
< 0,02) um aumento significativo na proporção
de microrganismos benéficos, em até 4 meses.
Esses achados sugerem que uma desinfecção
• Bochechos caseiros com 10ml de clore-
total da boca conduz a uma melhora microbio-
lógica significativa em até 2 meses, que poderia
ser consolidada, embora não significativamente,
• Instruções de higiene bucal, incluin-
O estudo de Bol en et al.1 examina o efei-
to da desinfecção total da boca nos nichos
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A terapia de desinfecção total da boca no tratamento periodontal
microbianos intrabucais e o benefício clínico de
placa, o índice gengival, a PS, sangramento à
tal abordagem. Dezesseis pacientes com perio-
sondagem, recessão gengival (RG) e o NCI
dontite severa foram distribuídos aleatoriamente
foram medidos no exame inicial e após 1, 2,
em um grupo teste (“ful -mouth disinfection”) e
4 e 8 meses. A desinfecção total da boca em
em um grupo controle (tratamento tradicional
único estágio, em comparação à terapia padrão,
por quadrante). Foram coletadas amostras de
resultou em uma significativa redução na PS e
biofilme (bolsas periodontais, língua, mucosa e
saliva) no exame inicial e após 2 e 4 meses, e
ses. As melhorias adicionais foram observadas
foram observadas as mudanças na PS, no NCI
para todos os subgrupos (periodontite crônica,
e no sangramento à sondagem. A desinfecção
periodontite agressiva generalizada, fuman-
total da boca resultou em uma redução/elimina-
tes), com as maiores diferenças nos pacientes
ção adicional estatisticamente significativa dos
não-fumantes com periodontite crônica. Esses
periodontopatógenos, especialmente nas áreas
achados sugerem que a desinfecção total da
subgengivais, mas também nos outros nichos.
boca em único estágio resulta em um resultado
Estas melhorias microbiológicas foram refletidas
clínico melhorado para o tratamento da perio-
na redução da PS e do ganho de inserção nos
dontite crônica ou agressiva, em comparação à
pacientes do grupo teste. Esses achados suge-
raspagem e alisamento radicular por quadrante
rem que uma desinfecção de todos os nichos
intrabucais dentro de um período de tempo cur-
Após o debridamento mecânico, a carga mi-
to conduz a melhorias clínicas e microbiológicas
crobiana subgengival é reduzida mil vezes7,12.
Porém, dentro de 1 semana, as bolsas perio-
O estudo de Mongardini et al.13 apontou os
dontais recolonizam já com o número inicial
benefícios clínicos de uma desinfecção total da
das bactérias, felizmente, com uma composi-
boca em único estágio no controle da periodon-
ção menos patogênica8,9,24. Dessa forma, como
tite severa durante um período de 8 meses. De-
a terapia “full-mouth” elimina em um intervalo
zesseis pacientes com periodontite agressiva e
de tempo menor as bactérias subgengivais, as
24 pacientes com periodontite crônica severa,
chances de recolonização se tornam reduzidas,
sendo 14 fumantes e 26 não-fumantes, foram
desde que o paciente seja instruído de forma
distribuídos aleatoriamente nos grupos teste,
correta quanto aos mecanismos de higiene bu-
que receberam desinfecção total da boca, e
cal diários complementares ao tratamento.
controle, tratados de modo convencional. Além
A razão dos resultados satisfatórios da de-
da higiene bucal, o grupo teste fez bochechos
sinfecção total da boca é que ela deve impedir
com solução do clorexidina 0,2%, duas vezes
a reinfecção dos locais tratados por bolsas não-
por dia, e pulverizou nas tonsilas um spray de
tratadas e outros nichos intrabucais3,15. Pode-
clorexidina a 0,2%, por 2 meses. O índice de
se sugerir que a translocação intrabucal dos
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Natália Rafaela de Assis Costa, Lívia Helena Terra e Souza, Paulo Antônio de Arantes Vieira, Noé Vital Ribeiro Júnior, Cléverson O. Silva
periodontopatógenos, de um nicho para o outro,
crônica pela técnica de desinfecção total da
ocorra durante a terapia periodontal convencional
boca mostrou diferenças pequenas no resulta-
que é habitualmente usada, com as instrumenta-
do desse tratamento, quando comparado à te-
ções consecutivas por quadrante com intervalos
rapia tradicional de raspagem por quadrantes5.
de 1 a 2 semanas17. Se tal translocação ocorrer
rapidamente, as bolsas que recentemente rece-
Modificações da técnica “full-mouth”
beram raspagem e alisamento radicular podem
A partir da técnica original de desinfecção
ser recolonizadas pelas bactérias patogênicas
total da boca15, foram propostas algumas alte-
das bolsas restantes não-tratadas, ou de outros
rações utilizando o aparelho de ultrassom23 em
nichos intrabucais, antes de um ecossistema
substituição à instrumentação com curetas. Ou-
novo e menos patogênico ser estabelecido.
tros estudos deixaram de utilizar antissépticos
Quirynen et al.16 sugeriram que a raspagem
como a clorexidina16 ou passaram a usar antibi-
e alisamento radicular de toda a boca feita den-
óticos6 e avaliaram os benefícios do protocolo
tro de 24 horas termina com a bacteremia cau-
sada em consequência de uma resposta imune
O estudo realizado por Quirynen et al.16 teve
elevada. De acordo com os autores, a segunda
como objetivo avaliar a importância relativa do
introdução de bactérias/lipopolissacarídeos da
uso da clorexidina com o protocolo de desinfec-
área subgengival para o interior dos tecidos
ção total da boca em único estágio. Os pacientes
depois de um período de 24 horas (durante a
foram distribuídos em 3 grupos de 12 pacientes
segunda instrumentação periodontal) pode ter
com periodontite avançada e foram acompanha-
introduzido uma reação de Schwartzman local,
dos, de um ponto de vista clínico e microbioló-
que é um tipo de reação de hipersensibilidade
gico, durante um período de 8 meses. Os pa-
com uma reação imunológica de larga escala.
cientes do grupo controle receberam raspagem
Essa reação de Schwartzman também pode
e alisamento radicular, quadrante por quadrante,
explicar uma leve febre que é as vezes é obser-
em intervalos 2 semanas. Os outros 2 grupos
submeteram-se à raspagem e alisamento radi-
Achados recentes de Wang et al.25 indicam
cular da boca toda em um estágio, com ou sem
que o tratamento de todos os nichos bucais em
o uso de clorexidina. No exame inicial e após 1,
um mesmo dia parece ter um efeito em curto
2, 4 e 8 meses, os seguintes parâmetros clínicos
prazo mais forte na resposta sistêmica do indi-
foram registrados: índices de placa e gengival,
víduo, quando comparado com a terapia clássi-
PS, sangramento à sondagem e NCI. As amos-
ca de raspagem por quadrante em intervalos de
tras microbiológicas foram coletadas de nichos
intrabucais diferentes. Todas as 3 estratégias de
tratamento resultaram em melhorias significati-
a efetividade do tratamento de periodontite
vas para todos os parâmetros clínicos, mas os
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A terapia de desinfecção total da boca no tratamento periodontal
pacientes que receberam a raspagem de boca
sistêmica de azitromicina. A finalidade desse
toda (com ou sem clorexidina) reagiram sem-
estudo foi comparar efeitos clínicos e microbio-
pre significativamente de forma mais favorável
lógicos do tratamento de desinfecção total da
do que o grupo controle, com uma redução da
boca com o tratamento convencional em 34
PS adicional de 1,5mm e um ganho adicional
pacientes. Dezessete indivíduos receberam a
de inserção de 2mm (para bolsas > 7mm).
desinfecção total da boca (grupo teste) e 17
Também, de um ponto de vista microbiológico,
receberam raspagem convencional (grupo con-
os pacientes desses 2 grupos mostraram me-
trole). O grupo teste recebia a administração
lhorias adicionais, quando comparados ao gru-
de azitromicina 3 dias antes de receber a de-
po controle, tanto na redução de espiroquetas e
sinfecção total da boca. O grupo controle rece-
de microrganismos móveis como no número de
bia a raspagem convencional, por quadrante ou
unidades formadoras de colônias (UFC)/ml dos
sextante, durante dois meses. Os parâmetros
patógenos principais, especialmente quando as
clínicos de PS, NCI, IP, ISS e fluido crevicular
amostras subgengivais de biofilme foram consi-
gengival (FCG), o número total das bactérias
deradas. As diferenças entre pacientes que rece-
e o número de colônias pigmentadas de negro
beram desinfecção total da boca em único está-
(CPN) foram avaliados em 5, 13 e 25 semanas
gio, com ou sem clorexidina, eram insignificantes.
após a terapia. Comparado ao grupo controle,
Esses achados sugerem que os benefícios da
o grupo teste mostrou uma melhoria maior em
desinfecção total da boca em único estágio no
todos os parâmetros clínicos. Por outro lado, o
tratamento dos pacientes que sofrem de perio-
número total das bactérias se manteve no mes-
dontite crônica severa resultam em melhorias,
mo nível durante o período experimental, não
provavelmente mais pela raspagem e alisamento
somente no grupo controle, mas também no
radicular da boca toda dentro de 24h do que
grupo teste. Esse estudo sugere que a desin-
pelo efeito benéfico da clorexidina.
fecção total da boca, conjuntamente com o a
No estudo de Tomasi et al.23, foi realizada
administração de azitromicina sistêmica, é mui-
uma comparação da instrumentação ultrassôni-
to eficaz clínica e microbiologicamente.
ca de boca toda com a raspagem tradicional de
alisamento e raspagem radicular por quadrante,
al.11, novos estudos que avaliem separadamen-
realizada em 4 semanas. O estudo não revelou
te o benefício de componente da técnica de de-
nenhuma diferença significativa na incidência da
sinfecção total da boca devem ser realizados.
recorrência das bolsas periodontais entre a abor-
Além disso, a técnica deve ser avaliada em di-
dagem “ful -mouth” com ultrassom e abordagem
ferentes populações, com o uso de diferentes
tradicional do tratamento por quadrantes.
antissépticos e em outras formas de doença
No estudo de Gomi et al.6, foi executada
periodontal, como periodontite agressiva e em
a desinfecção total da boca e a administração
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Natália Rafaela de Assis Costa, Lívia Helena Terra e Souza, Paulo Antônio de Arantes Vieira, Noé Vital Ribeiro Júnior, Cléverson O. Silva
ConClusÃo
assim como outros nichos ecológicos. Mesmo
Os dados presentes na literatura indicam
sem o uso adjunto da clorexidina, o tratamen-
que a desinfecção “ful -mouth” é efetiva no
to demonstra ser promissor. A abordagem de
tratamento de pacientes com periodontite,
tratamento “ful -mouth” tem provado ser tão
benéfica quanto o tratamento convencional
clínicos, eliminando o risco de contaminação
não-cirúrgico realizado por quadrantes ou
cruzada entre lugares tratados e não-tratados,
abstRaCt
Many studies were done to compare the outcomes of different techniques for the treatment of periodontal
disease and minor differences were found so far. More recently, a new technique for periodontal disease
treatment were recommended that aims to disinfect the whole mouth in a 24 hours period, making
not possible the recolonization of the treated sites by bacteria from other oral niches. This full-mouth
disinfection technique has been largely studied in the literature. The studies done so far show excellent
treatment outcomes using the full-mouth disinfection, if it is done as the original protocol or as the
modifications that include the non use of chlorhexidine, the use of systemic antibiotics, and the use of
ultra-sonic device. The data from literature demonstrate that the full-mouth disinfection is effective for the
treatment of patients with periodontitis, promoting an improvement of clinical parameters, eliminating the
risk of cross contamination between treated and untreated sites.
KEY WORDS: Periodontitis/therapy. Dental scaling. Disinfection/methods. RefeRêncIAs
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Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 2, p. 00-00, abr./maio/jun. 2009
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EVOLUTIONARY CHANGE IN INSTITUTIONAL LOGICS: THE CASE OF US DRUG REGULATION1 Few studies examine how institutional logics evolve over time in fields where the entry and behaviour of actors is heavily regulated. Building on a case study of the US drug industry, I proposed that regulatory logics evolve through a process of endogenously-driven change and suggest how this model may be hel