RISES E DÍVIDAS
A palavra crise está no dia-a-dia dos brasileiros desde há muito. Com raras
exceções de períodos em que as perspectivas de transformação do país numa
verdadeira Nação pareciam poder se viabilizar (como nos “anos dourados” da
década de 50), o “país do futuro” tem se apresentado, na verdade, como “país do
Estamos sempre em crise, a crise é nosso estado natural. A sensação
assim disseminada, não sem fundamento, enfraquece, no entanto, a força do
termo, de modo que, em determinados momentos, como o que agora
atravessamos, não se encontra palavra adequada para expressar a gravidade da
Sendo assim, torna-se necessário de antemão definir o que estamos
entendendo aqui por crise. O termo tem caráter episódico e refere-se a momentos
de exceção ao longo de um curso de normalidade. Como vimos, no nosso caso, a
situação se inverteu. Como nos sentimos permanentemente em crise, a
“normalidade” econômica e política é que se põe como exceção.
Desde o advento do Plano Real e da eleição de FHC, procurou-se difundir
no país a sensação de que o Brasil estava finalmente caminhando para a
normalidade: democracia amadurecida, eleições regulares, moeda forte,
fundamentos da economia no seu devido lugar. Tudo pronto, enfim, para a
chegada do futuro (a despeito do desemprego que crescia).
A sensação de que algo não ia bem e de que a situação não era tão
“normal” assim chegou em janeiro de 1999, com a desvalorização do Real, morte
mais do que anunciada nos meios econômicos, mas que só então chega ao
* Texto para discussão. Favor não citar.
grande público. Desde então, a sensação de que vivemos uma crise retorna firme
Mas como a natureza do termo não desaparece inteiramente, estar em
crise, ou, no caso, voltar a estar em crise, aponta sempre para a solução da
situação, que, mais dia menos dia, terá de vir. A peculiaridade do presente
momento e desta crise específica que ora atravessamos é que não parecem
existir, no curto prazo, condições de reversão, visto que as causas que a
determinam são todas de natureza estrutural. É esse, pois, o verdadeiro sentido
da palavra crise hoje: o crescimento futuro da economia está seriamente
comprometido. Considerando-se que o país em questão atende pelo nome de
Brasil, dilacerado por abismais desigualdades sociais, seguramente aprofundadas
depois de duas décadas perdidas, é crise para ninguém botar defeito.
Como se gerou essa crise? Para não entrarmos no terreno dos juízos
morais e da “fulanização” da história, estratégias nem sempre adequadas quando
se quer compreender objetivamente o que se passa, diríamos que a principal
causa dessa crise foi uma empedernida crença de que a chamada inserção
externa do país, combinada com o equilíbrio das contas públicas e a redução do
tamanho do Estado, garantiria-nos um lugar ao sol no mercado mundial e no
A idéia era mais ou menos a seguinte: abrindo a economia, promover-se-ia
um choque forçado de competitividade, que elevaria sua eficiência e produtividade
e reestruturaria seu parque produtivo, garantindo, no médio prazo, não só as
condições para um crescimento sustentado, como a alteração dos parâmetros
distributivos; tirando o Estado da frente, o setor privado, muito mais eficiente,
ocuparia os espaços, contribuindo para o mesmo resultado; a moeda forte,
sustentada pelo equilíbrio fiscal, garantiria a estabilidade monetária dando
segurança aos investimentos pelo alargamento do horizonte do cálculo capitalista.
Mas como as idéias não caem do céu e têm pai e mãe que moram nas
condições materiais da existência social, a força dessa crença veio das alterações
radicais nas formas de regulação do capitalismo em nível mundial,
experimentadas a partir dos anos 70. Resumidamente, essas alterações levaram o
sistema de um regime antes centrado na acumulação produtiva intensiva e
baseado no consumo de massas, com relações de solidariedade entre finanças e
produção, a um regime em que o predomínio é da lógica financeira, rentista,
especulativa e de curto prazo, com uma norma de consumo cada vez mais
excludente. Economia desregulada, mercados financeiros livres, precarização das
relações de trabalho, recriação de oportunidades de extração de mais valia
absoluta, políticas desinflacionistas, taxas de juros elevadas, câmbio flexível e um
padrão monetário internacional baseado numa moeda puramente fiduciária, são
os novos ingredientes desse “novo” capitalismo.
O ideário que esse novo momento da acumulação capitalista produziu, por
aqui batizado de “neoliberal”, começou a soprar forte no mundo não desenvolvido
em meados dos anos 80. A necessidade de se criar países “emergentes” e, por
conseguinte, gordos mercados para a valorização financeira, particularmente do
capital cigano, foi induzindo os países da periferia a aplicar incondicionalmente as
prescrições do receituário produzido pelo chamado “consenso de Washington”.
Em troca, acenava-se com a possibilidade de seu ingresso no restrito clube dos
países desenvolvidos. O fechamento da economia, a existência de protecionismos
injustificáveis e de um Estado inchado, a insegurança com relação aos direitos de
propriedade produzida pelo contexto inflacionário, alegava-se, era o que estava
O risco embutido no dito processo de inserção externa, e que nem mesmo
seus defensores podiam ignorar, era o crescimento inexorável da vulnerabilidade
do país. Retrucava-se, porém, que esse era o preço a pagar, por qualquer país
que quisesse pegar o bonde da história. A assim chamada globalização teria
tornado intrinsecamente mais vulneráveis todas as economias e quem quisesse se
proteger desse ambiente hostil, amargaria, no longo prazo, as agruras de estar à
margem da história, amargaria a inviabilidade do desenvolvimento.
Mas a vulnerabilidade assim produzida não é uma via de mão dupla,
envolvendo, no mesmo diapasão, capitalismo central e periférico. Ao contrário, é
uma via de mão única, que atinge exclusivamente os países da periferia, pois que
os torna mais dependentes das economias centrais e de suas moedas fortes. Os
problemas domésticos do Brasil, por exemplo, têm impacto praticamente nulo
sobre o sistema econômico global, visto que somos responsáveis por apenas 2%
da renda e do investimento mundiais e por menos de 1% do comércio
internacional. Assim, se a recessão for o preço a pagar pela inserção externa do
país, essa piora de nossas condições internas de vida importa nada para a
acumulação nos países avançados, não gerando, portanto, nenhuma força
O argumento de que a vulnerabilização é abrangente só é verdadeiro no
que diz respeito ao caráter agora muito mais interligado dos mercados financeiros
mundiais, com a difusão em ondas de crises financeiras locais. Mesmo assim,
essa difusão atinge de forma desigual os países, a depender da moeda que
possuem. Assim, para países como o nosso, a vulnerabilização da economia
significa um custo extremamente elevado para ajustá-la a cada sobressalto da
agora mais inquieta economia mundial. Além, disso, regra geral, a forma do ajuste
acaba por elevar ainda mais a vulnerabilidade.
Mais concretamente a vulnerabilização vem se constituindo na produção de
enormes déficits na balança de transações correntes, em função não apenas da
abertura desbragada e da crença no choque de competitividade, como da
desastrada política cambial que, a pretexto de manter forte a moeda, sustentou,
por mais de quatro anos, uma valorização por todos os títulos injustificada. Alguns
fanáticos seguidores da seita chegaram mesmo a professar a necessidade da
manutenção dessa valorização, enquanto ingrediente adicional da receita de
choque que a economia devia experimentar.
Do ponto de vista estrutural, o resultado dessa política em seu conjunto foi
não apenas a quase inviabilidade de o país obter divisas por meio das vendas
externas, mas conjuntamente com isso, um enorme aumento da necessidade de
divisas, não só porque a economia aberta vem ao encontro dos sempre presentes
desejos de consumo de bens importados, particularmente por parte das camadas
mais abastadas da população, mas porque o choque de competitividade voltou a
nos tornar dependentes de importações numa série de setores de importância
fundamental para o desenvolvimento do país, como insumos básicos, bens de
capital e tecnologia. Além disso, no que diz respeito especificamente à balança de
serviços, a internacionalização extremamente acelerada do estoque de capital
produtivo, concentrada, além do mais, em setores não tradables, foi fazendo
crescer a galope a necessidade de divisas para cobrir as remessas de lucros e
dividendos ao exterior, as quais, evidentemente, não podem ser efetuadas em
moeda nacional (essas despesas saltam da esfera do US$ 1,0 bilhão, no início
dos anos 90, para uma média de US$ 5,0 bilhões anuais nos anos finais da
década, tendo atingido US$ 7, 2 bilhões em 1998).
A todas essas ameaças, que cedo foram se transformando no crescimento
de números vermelhos na balança de transações correntes, apontava-se
monocordicamente a balança de capitais, como se ela fosse eternamente nos
redimir de todos esses resultados negativos. De fato a elevada taxa de juros do
período 1994-1998 (que por duas vezes ultrapassou a barreira dos 40% anuais)
sustentou, nos tempos do Real forte, a pesada entrada de divisas, por conta dos
capitais especulativos de curto prazo que por aqui aportaram. De outro lado, o
enorme estoque de capital produtivo estatal a ser privatizado e de capital produtivo
privado posto à venda a preços deprimidos (graças ao choque de competitividade)
conformou a base material da maciça entrada de divisas a título de investimentos
externos diretos (IEDs) verificada após 1994.
O primeiro tipo de recurso é pernicioso, porque só aparece se enormes
ganhos a prazo curto estão à vista. Por isso, depois da desvalorização e do
espaço então surgido para a redução da taxa interna de juros, ele deixou de entrar
no país nas proporções em que vinha entrando. Quanto aos iEDs, não era preciso
nenhum talento especial de análise para perceber que, entrando o processo de
privatização e desnacionalização em fase de esgotamento, minguaria igualmente
Contudo, o governo estimou para este ano de 2001 uma entrada de divisas
a título de IEDs da ordem de US$ 27 bilhões, ou seja, um montante de nível
semelhante ao verificado nos 3 anos anteriores. Em meados de abril, o próprio
governo já revia a estimativa para US$ 21 bilhões e, em meados de julho, ela já
era reduzida para US$ 16 bilhões. Para completar o quadro, a balança comercial,
repentinamente lembrada como arma importante na luta pelo equilíbrio das contas
externas, reage de modo muito mais lento do que esperava o governo ao efeito-
preço da desvalorização do câmbio, de modo que só o efeito-renda (leia-se
recessão) é que parece substantivo. O Banco Central previu, para 2000, um
superávit de cerca de US$ 4 bilhões na balança comercial; deu déficit de US$ 1
bilhão. Para este ano previu-se inicialmente um superávit de US$ 1 bilhão e o
mesmo resultado do ano passado parece que vai se repetir.
Essas, pois, singelamente, as razões pelas quais fomos ao FMI pela
segunda vez, em menos de três anos. A percepção, de que os iEDs teriam uma
performance muito aquém da esperada, conjuntamente com a morosidade da
reação da balança comercial começou a indicar a possibilidade concreta de o país
não honrar seus compromissos externos, ou, então, de suas reservas ficarem
Nesse contexto, o governo brasileiro certamente agradeceu a corda cada
vez mais bamba em que caminha a economia Argentina. O agravamento da crise
no país vizinho veio na hora certa, acabando por se constituir num excelente bode
expiatório. Outras desculpas também foram aventadas. Cinicamente Edmar
Bacha, afirmou que a ida do Brasil ao FMI era simplesmente preventiva por que “o
PT nunca ganha a eleição, mas provoca sempre um grande estrago nas contas
externa”. Autoridades do Banco Central levantaram ainda a questão da
desaceleração da economia americana e da expectativa de recessão na economia
européia. As verdadeiras razões do novo acordo com o FMI, no entanto, foram
exclusivamente internas. Como vimos, foi a decepcionante performance do
balanço brasileiro de pagamentos que levou o governo a essa decisão.
Cabe então perguntar qual o preço desse novo acordo, ou seja, além dos
juros normais de contrato dos novos US$ 15 bilhões, que exigências adicionais o
organismo multilateral fez e o governo brasileiro aceitou. A resposta é simples: um
aumento do superávit primário nas contas públicas de 3,3% do PIB, em 2001, para
E isso nos leva à questão da dívida pública. Como todos sabem, ela elevou-
se de R$ 60 bilhões em 1994 para R$ 600 bilhões em 2001. De outro lado, o
próprio governo já desistiu de estabilizar a relação dívida/PIB, que anda próxima
dos 52% (esperava-se estabilizá-la em 43%). A desistência do governo em
estabilizar essa relação é uma simples questão de lógica, ou melhor, de
aritmética: com o PIB crescendo 2, 3, no máximo 4% ao ano, e com o serviço da
dívida crescendo no ritmo determinado pela taxa de juros, torna-se de fato
impossível a estabilidade dessa razão.
Além disso, uma parcela cada vez mais expressiva dessa dívida vai
sofrendo também o impacto da instabilidade no câmbio, pois os títulos com
correção cambial acabam servindo como arma na luta pela manutenção do valor
da moeda nacional e arma tanto mais importante quanto menos polpudas se
tornam as reservas de divisas do país. Atualmente, mais de 25% da dívida interna
é composta por títulos cambiais e essa fatia tende a crescer. Estima-se que só do
início do ano para cá ela tenha aumentado em cerca de 3% (mais ou menos R$ 20
É esse contexto que explica a draconiana a exigência do FMI de elevação
do superávit primário, visto que, quanto mais se economiza no resto (leia-se
prestação de serviços públicos, incentivos ao crescimento etc.), mais se garante o
pagamento do que verdadeiramente importa (o serviço da dívida), providência
perfeitamente afinada, como se vê, com o “espírito” financista e rentista desta fase
da história capitalista. De outro lado, a despeito de a participação dos capitais
externos de curto prazo não ser tão expressiva quanto já foi e de a taxa real de
juros não ser tão absurdamente elevada quanto já foi, a manutenção das
condições internas de cumprimento do serviço da dívida garante, lá fora, a
manutenção da rentabilidade advinda da posse de créditos contra o país, relação
esta última tanto mais importante quanto maior seja a parcela securitizada de
nossa dívida externa, e ela cresceu expressivamente a partir do início da década.
A elevação da taxa de juros, elemento fundamental na explicação do
crescimento galopante do estoque da dívida interna e que vai tornando cada vez
mais exigentes as condições impostas pelo FMI, deixou com a corda no pescoço
entes de extrema importância na suposta federação em que se organiza o Brasil.
Só para citar um exemplo, tomemos sua maior cidade. Sem prejuízo das mazelas
trazidas pelo banditismo político que grassou em São Paulo ao longo dos anos 90,
o aumento desenfreado da taxa de juros fez crescer exponencialmente o valor da
dívida municipal, levando à renegociação desta com o governo federal em meados
de 2000. O acordo aí feito, basicamente para garantir a saúde financeira do maior
banco estatal do país, então seriamente ameaçada pelo peso dos papéis do
tesouro municipal em sua carteira, esfola a economia da cidade, pois lhe toma
anualmente cerca de 13% de sua receita, sem que se possa, na outra ponta, obter
recursos adicionais pela via das operações de crédito.
Outra conseqüência da desastrada opção de política econômica feita pelo
governo FHC está sendo sentida na carne com o chamado ”apagão”, nome já
consagrado conferido pela população à gravíssima crise energética em que se
encontra o país, outro gargalo estrutural da maior importância, não custa lembrar,
a comprometer as possibilidades futuras de crescimento sustentado de sua
economia. A combinação de desprezo visceral pelo planejamento com a crença na
eficiência dos mercados e do setor privado é que gestou, sem que São Pedro
tivesse qualquer participação nisso, esta situação singular, em que um país dos
mais bem dotados do mundo em recursos hídricos se veja agora ameaçado por
falta de energia hidrelétrica e constrangido a construir usinas termoelétricas, mais
caras e mais poluentes, simplesmente porque se concluem mais rapidamente e
mais rapidamente pderão contribuir para suprir o déficit energético.
Todo esse comprometimento estrutural da economia brasileira, impedida de
caminhar pela falta de divisas e pela falta de energia, bem como os
desdobramentos daí decorrentes, não sem importância do ponto de vista
econômico e principalmente político, resultou, como já indicamos, da crença de
que a inserção externa do país era necessária e possível e seria a panacéia de
todos os nossos males. Até o final dos anos 70, de uma forma ou de outra,
acreditou-se que a industrialização era condição sine qua non para a superação
do atraso e do subdesenvolvimento que vitimava o país, crença, como sempre,
afinada com a etapa então experimentada pelo capitalismo, a saber, a de um
regime com predomínio da valorização produtiva e com ativa participação do
Estado no controle da demanda efetiva e na oferta dos incentivos ao crescimento.
Ultrapassados os confusos anos 80, a crença mudou radicalmente. Acertando o
passo com o novo momento vivido pela acumulação capitalista em nível mundial,
a industrialização foi substituída pela “inserção externa”, esta sim, capaz de
garantir ao país as condições para um crescimento econômico substantivo e
Como também já indicamos, considerava-se a vulnerabilização da
economia como o preço a pagar pela conquista desse passaporte, apostando-se,
de qualquer forma, que a performance da balança de capitais, garantida pela
estabilidade monetária do país, resolveria esse problema. Mas este cenário idílico
só seria verdadeiro se fosse válida a hipótese de que a confiança na política
econômica do país receptor de capitais é a principal variável a determinar a
magnitude desse fluxo. Não parece existir, porém, nenhum fundamento que
sustente tal suposição. O aumento do IED mundial ao longo dos anos 90 deveu-se
à crise de acumulação do início da década nas economias centrais e à
intensificação da concorrência global. Assim, os determinantes do comportamento
dos fluxos de IED são muito mais externos do que internos, o que lhe confere um
caráter errático, incompatível com qualquer previsão de continuidade e
Portanto, a estabilidade monetária trazida pelo Plano Real não foi elemento
determinante na disposição dos investidores internacionais. No plano
macroeconômico, aliás, todos as demais variáveis pioraram substancialmente
(crescimento, investimento, déficit público, indicadores externos etc.), o que só
vem comprovar que não é o acerto da política econômica que conta.
Se alguma variável interna teve importância crucial nos resultados positivos
obtidos a partir de 1994, foi a irrestrita disposição do governo de se desfazer de
empresas bem estruturadas, eficientes e pertencentes a setores considerados
hoje o filão mais lucrativo do mercado, quais sejam, aqueles que operam com
serviços industriais de utilidade pública, sucesso esse rapidamente revertido a
partir do esgotamento desse processo.
O grande problema, portanto, é que o conjunto das políticas adotadas
provocou mudanças de caráter estrutural na balança de transações correntes
(substantivo aumento da dependência com relação a bens e serviços importados,
redução da possibilidades de obtenção de divisas via exportação, crescimento do
passivo externo líquido etc.). Essas mudanças, pelo seu próprio caráter, são de
difícil reversão a curto prazo, sendo uma temeridade esperar que elas sejam
compensadas pelos espasmódicos fluxos de IED da balança de capitais, ainda
mais agora que o dito mundo desenvolvido está muito mais preocupado em se
defender de um inimigo sem rosto do que em aplicar capitais novos em países
“emergentes” da América Latina.
Só para concluir, vale a pena lembrar a situação em que nos
encontrávamos, do ponto de vista das contas externas, até o início dos anos 90.
Façamos então um exercício. Tomemos o período 1983-1992 e calculemos o valor
total de seus resultados na balança de transações correntes: a soma dá o valor
negativo de US$ 7,6 bilhões. Tomemos agora a década seguinte, 1993-2002,
supondo otimistamente para o ano que vem o mesmo resultado previsto para este
ano de 2001 (menos US$ 27 bilhões). O resultado é estarrecedor: em comparação
à década anterior, a década 1993-2002 terá acumulado um déficit em transações
correntes da ordem de US$ 212 bilhões, ou seja, um déficit 28 vezes maior. E só
para relembrar, apesar de os anos 80 terem sido considerados a década perdida,
seu crescimento médio foi substantivamente superior ao dos anos 90. Crescemos
mais necessitando 28 vezes menos de divisas. Isso talvez seja suficiente para
indicar com precisão o caráter da crise que ora vivenciamos.
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